domingo, 6 de abril de 2014

Quarto do L: Um bom antiquário a se visitar. Ou melhor, ouvir.

E aí, galerinha do mal! Tudo de boa na lagoa e sussa na montanha russa?

Espero que sim. Caso não, chegue aí. Caso sim, que bom! E chegue aí também.
Antes que venham me perguntar se eu larguei essa vida de bandas e resolvi trabalhar pra Casas Bahia, relaxem! Cês já vão sacar.

Voltei-me mais uma vez pra esse velho e querido blog, pra falar de mais uma banda de nome esquisito que tem por aí e que vocês não devam conhecer. E se conhecem, é melhor ainda! É bom que já embarca na vibe.
Conheci o som dos caras através de algum dos moleques da M.A.L.U, numa madrugada de trocas musicais, mas não me perguntem qual deles. Isso já tem bem uns dois anos e minha memória não é tão boa assim.
Oriunda de Volta Redonda, a banda de hoje é formada por Vitor Fontes (vocais e guitarra), Antônio Cabeça (baixo), Clayton Pereira (guitarra) e Rafael Fontes (bateria) e juntos, eles formam a Quarto do L. Com um ep gravado "Celebrando o Desapego" e um album, intitulado de "O Antiquário", a banda sempre passou muito pelos meus fones de ouvido e eu percebi que já estava mais do que na hora de falar dos carinhas por aqui, não é mesmo? Sendo assim, fui perturbá-los um pouquinho e eles toparam bater um papo comigo. O resultado vocês conferem a seguir:

- Como vocês se conheceram e como surgiu a idéia de montar a banda?

R: Não somos amigos de infância, porém somos de um circulo de convívio próximo. Além do fato de Vitor e Rafael serem irmãos.

- De quem foi a idéia de batizar a banda com o nome “Quarto do L”?
R: Em 2010, no início, após um curto período morando no estado de São Paulo com outra banda, o Vitor retornou para sua cidade natal(Volta Redonda), e no seu quarto com um formato de "L" se uniu com os irmãos e criaram as primeiras músicas. Essa foi a ocasião.

- Vocês são de volta redonda, e já estão tocando em vários lugares fora da cidade de vocês. Como é toda essa experiência? Sair de casa e ver um monte de gente cantando e curtindo teu trabalho?
R: Realmente fantástico, até o momento temos percebido que cidades da região Sudeste do nosso país, daquelas que temos passado tem se envolvido muito com as apresentações. Somos do Rio, mas São Paulo e Minas Gerais tem nos recebidos surpreendentemente bem.

- Vocês foram indicados ao Prêmio de Cultura 2014, pela secretaria de Estado do Rio. Como foi isso pra vocês? Esse tipo de coisa dá mais vontade ainda de continuar fazendo música? Alguma vez já pensaram em desistir?
R: Desde que tudo começou, o Quarto sempre trabalhou muito, funciona como uma produtora, a presença do Diego e da Marcela só potencializa isso. Ficamos excessivamente realizados com a indicação, de certa forma nos mostra que o único lugar em que o sucesso vem antes de trabalho é no dicionário! Por aqui continuamos trabalhando muito. Graças a Deus, até hoje, mesmo nas piores circunstâncias, nunca pensamos em desistir.

- “Antiquário” é o primeiro álbum de vocês, que conta com algumas músicas inéditas e algumas outras que já haviam sido lançadas. Como funciona a escolha do material que vão gravar? Como é esse processo de ficar dentro de estúdio?
R: Por aqui tudo aconteceu e acontece muito rápido. Tínhamos novas músicas, como é o caso de "Tão longe ou perto", single produzido no Converse Rubber Tracks, que será lançada ainda esse mês. Porém o público de certa forma esperava que muitas músicas que tocávamos ao vivo fossem gravadas, como é o caso de Normal, É lá, Cadê minhas chaves, entre outras. Isso foi levado em consideração, elas foram gravadas, perpetuadas, o que não impediu de inovarmos com A última(última composição a entrar no disco). A banda espera um novo momento de produção, novas experiências para um próximo projeto. Esperamos que não demore também.

-O espaço na mídia para bandas independentes é bem minúsculo. Neste caso, acham que a internet é quem faz toda a diferença para que uma banda consiga público? Acham que ela é a principal arma que as bandas podem possuir em mãos para divulgar seu trabalho?
R: O nosso país está em um processo, aprendendo que temos mais força que nós imaginamos. O povo tem um poder pleno de eleger seus favoritos, não engolimos mais tão facilmente o que passa nas propagandas. Até mesmo pela quantidade de mídias alternativas. A informação já não é transmitida só por uma via, o que por consequência nos traz a responsabilidade de aprimorar nossos conteúdos, pois concorremos com centenas de informações nos "feeds".  

-Como vocês analisam o atual cenário de rock nacional? Acham que a galera que diz que as bandas de rock morreram estão certas ou essa galera ta por fora do que é bom?
R: O rock está vivo e escondido em cada cidade do Brasil, na internet a seleção é mais difícil, mas quando viajamos percebemos quanto talento, quanta arte! Outro fato muito importante é que talvez só seja possível descobrir boas bandas quando se vai à bons shows. O seu fone de ouvido talvez não esteja transmitindo da melhor maneira. Acredito que as pessoas estão por dentro. Hoje se consome Criolo, Tulipa Ruiz, Bruno Mars, Daft Punk, isso é bom. Esperamos ansiosos o momento que a massa nos adicione à essa lista de preferências. Por enquanto, o público que curte Quarto do L já tem nos proporcionado momentos inesquecíveis.

-Sabemos que lugar para que bandas independentes possam tocar não são tão fáceis de serem encontrados. E aí, alguns produtores sempre acabam se aproveitando disso e a banda acaba pagando pra tocar. Já passaram por alguma situação parecida? Qual a opinião de vocês sobre isso?
R: Todo começo é dificil, para nós não é tão mais. O Brasil é carente de Produtores, pessoas que trabalham duro com alegria e proporcionam uma situação justa para os artistas e o público presente. Pode ter certeza que esse tipo de produtor será fidelizado e visto com bons olhos por ambos, artistas e público frequentador. Já passamos por situações desconfortáveis, mas nada que não possamos suportar. Preferimos não citar, para evitar exposições. Parabenizamos aqueles que já nos surpreenderam!

-“Da mesa para o quarto” é uma das músicas mais legais de vocês e a escolhida para ganhar um clipe, que teve grande circulação e uma fotografia bem legal. Por que ela foi a escolhida? Qual a história por trás dessa música?
R: O público a elegeu, os casais elegeram, amigos tem histórias em comum. Assim aconteceu, ela é um fim em si mesma. 
A história por trás da música pode ser a sua! Preze pelo convívio, construa junto, viva com alguém além de você mesmo.

-Donde surge a inspiração pras músicas de vocês?
R: Muitas foram compostas em momentos de frustração. Poucas foram escritas em momentos de descontração e contentamento. A dor é um excelente estimulante.

- Quais as maiores influencias de vocês? O que curtem ouvir nas horas vagas?
R: Os meninos do Quarto escutam de tudo, tudo mesmo. Em LPs, escutam Chico, Secos e Molhados, João Gilberto, Elis, AHA, Roxette, etc. 
Mas quando nos juntamos citamos muito The Killers, The Strokes, The Clash, The Smiths, The eteceteras...

- A melhor parte é fazer show e mostrar o trabalho, entrar em estúdio e gravar tudo isso ou é tudo um complemento do outro?
R: Gravar é muito legal, mas o Quarto do L só se completa ao vivo, quando encontra o público. O melhor disco será gravado quando todo o público couber dentro de algum estúdio. Quem sabe um disco ao vivo?

-Até hoje, qual o show mais bacana que já fizeram, que vocês vão lembrar pra sempre e querer contar para os filhos e netos?
R: Olha, eles competem firmemente entre si. Alguns bem pequenos já nos emocionaram intensamente. Mas os de Volta Redonda são sempre os mais envolventes. É a nossa cidade, naquela cidade que nasceu tudo, é pra cantar chorando. Que bom que temos praticamente tudo registrado e arquivado.

- Falando nisso, existe alguma musica que não pode faltar no setlist? Aquela que se faltar, a galera vai sentir falta e querer bater em vocês?
R: Antiquário e a Psique é a mais pedida. Gostamos muito de Por correr demais. Dependendo da cidade Da mesa para o Quarto.

- Se rolar algum problema técnico em palco, como proceder?
R: Utilizar toda a "raiva" como combustível para tornar aquele o melhor show já visto na face da terra!

- Já pagaram algum mico tão grande em cima de palco que quiseram cavar um buraco e se esconder? Se sim, qual?
R: Guitarrada na cara, banco de bateria quebrando, microfone teimoso. Óculos para os meninos é peça descartável, voa com uma facilidade! O Joelho para de funcionar. O Vitor com a mania de stage diving, voltando sem camisa para o palco. Sem tudo isso, não seria tão bom!

- Quais os futuros planos da banda? O que pretendem aprontar por aí esse ano? Mandem um recado pra galera que ainda não conhece o trabalho de vocês.
R: Os acontecimentos tem excedido nossas expectativas, transcendendo nosso planejamento. Por agora, anunciamos o lançamento do Single 'Tão longe ou perto" para o final de março de 2014. Esperamos que gostem!  Todas informações são dispostas no site www.quartodol.com
Para você que está conhecendo Quarto do L agora: É um enorme prazer. Esperamos te encontrar em uma de nossas apresentações! Junto somos um.

E foi isso, galera! Após alguns dias dessa entrevista, parece que por ajuda do destino (ou não), os moleques acabaram tocando aqui no rio, lá no Circo Voador. E posso afirmar uma coisa: Poucas bandas tem uma energia e presença de palco tão boa quanto a Quarto do L. Além da banda já ter um público que a acompanha nos shows, mesmo tão longe da cidade natal. E isso, meus caros, é foda! É disso que todas as bandas precisam, apoio incondicional. Em troca, a Quarto do L retribui com uma energia maravilhosa e um show tão bom, que a vontade que dá é já partir pra outro logo em seguida. E sobre os micos citados acima: foram comprovados! E como eles disseram, sem isso não seria tão bom.

Pra você que ficou curioso e quer saber mais, pode ir até o site da banda que já foi citado lá em cima. Ou então até o Soundcloud, twitter ou TnB. Eles também possuem um instagram, onde vocês podem ficar ligados mais nos bastidores e tretas da banda.

Além disso, eles lançaram no último dia 2, um novo clipe, da música “Tão longe ou perto.” E como eu sou um amor, vou compartilhar aqui pra vocês. É só clicarem na imagem, já que o blogger e o Youtube ficaram de mimimi na hora da postagem.



E é assim que me despeço! E mais uma vez, obrigada, meninos!
Beijos da Gorda,
Sarah Azevedo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário